terça-feira, 19 de abril de 2011

O MINEIRINHO E O ÍNDIO CURANDEIRO

O rebanho do mineirim estava doente, morrendo; ninguém conseguia curar. O veterinário da cooperativa de Guaxupé já tinha tentado todos os tratamentos possíveis. Aí ficou sabendo que havia um índio curandeiro nas redondezas, lá pros lados de Jacuí, que fazia umas rezas e benzeções e era a única pessoa que poderia salvar seu rebanho e o chamou.
O índio disse que salvaria o gado do mineirim, mas que, para isso, teria que ficar trancado no quarto sozinho com a mulher dele — (uma morena gatíssima) — para fazer o ritual.
O caipira ficou meio preocupado, mas topou. Afinal, era a única maneira de salvar o seu gadinho…
O benzedor apanhou um pedaço de pau no quintal, foi para o quarto com a moça, apagou a luz e começou:
— Passo o pau nos joeio, pra curá os boi vermeio!
— Passo o pau nas coxa, pra curá as vaca mocha!
— Passo o pau na viría, pra curá as novía!
Nesse ponto, o mineirim, que estava ouvindo o ritual com o ouvido colado na porta, gritou depressa:
— Oh, seu curandeiro, as vaca preta e os boi zebú, cê pode dêxá morrê tudo!

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